Nunca fui muito dado a exercício físico. Participo ocasionalmente em alguns jogos de futebol 7 com amigos ao fim-de-semana, mas confesso que a minha parte favorita é a almoçarada que se segue.
Quando eu e os meus amigos lá de casa decidimos adotar o Bob começámos por dividir as despesas e as tarefas: cada semana um de nós era responsável por passear o cão na rua. A raça do Bob precisa de muito exercício e comecei a perceber que quanto maiores os passeios, mais sossegado ele fica em casa.
Incrivelmente o que achei que seria um sacrifício revelou-se um prazer e por isso rapidamente passámos de uma volta ao quarteirão para passeios mais completos e ao fim de semana aproveitamos para passear em zonas de mata ou de trilhos.
No inverno custa-me mais um bocadinho levantar-me cedo, mas o Bob é insistente e não me deixa ficar na ronha muito tempo. O truque é nem pensar: levanto-me, calço os sapatos, ponho um casaco, um gorro e ainda com o pijama vestido saímos para a rua. E na verdade dois minutos depois de sair de casa, o ar frio da manhã já me despertou e a caminhada já me aqueceu o suficiente para disfrutar daquele momento de paz, em que a cidade ainda está a acordar. Sinto-me energizado e os dias que começam assim até parece que rendem mais.
O passeio ao final do dia é mais rápido, mas voltamos a sair depois do jantar, com mais calma. Passeamos pelo bairro enquanto ponho a conversa em dia com alguns vizinhos que também por ali andam a passear o cão. Sempre é uma maneira de não me sentar no sofá assim que acabo de comer e de estar com amigos.”