Sempre fiz desporto. Faço natação desde criança e já fui federada. Passava a vida dentro de água, de cabelo molhado e pele enrugada. Quando nado, exercito o corpo ao mesmo tempo que dou um pouco de sossego a uma mente frequentemente cansada do stress e da rotina. Não perco uma competição de natação na televisão e adoro ver os Jogos Olímpicos. O Michael Phelps é o meu ídolo – ele não é humano!
Hoje tenho uma empresa para gerir, o que consome a maior parte do meu tempo. E sempre que posso vou para a piscina dar umas braçadas, mas a verdade é que à medida que a minha empresa cresce, a minha disponibilidade diminui e isto andava a causar-me um vazio difícil de preencher. Adoro o meu trabalho, mas preciso de um estímulo físico maior, porque o que faço é sobretudo intelectual.
Recentemente, tive uma epifania. Deixei de fumar há pouco tempo e esperar pelo autocarro na paragem sem puxar do cigarro deixava-me sempre nervosa. Então, para me entreter, decidi ir a pé até à paragem seguinte. Quando lá cheguei o meu autocarro ainda não tinha chegado e decidi continuar até à outra paragem. Estava um dia espetacular e a caminhada, o passeio pela cidade, estava a ser incrível. Naquele dia acabei por ir o caminho todo a pé até ao escritório e ainda é uma distância relativamente grande. Nem sempre consigo ir o caminho todo a caminhar, mas faço um jogo comigo mesma: se chegar à paragem e o autocarro ainda não tiver chegado, vou a pé até à seguinte. Ando muito mais bem disposta e menos stressada.