Sempre fiz desporto. Jogava futebol na rua com os meus amigos, fiz atletismo quando estava na universidade e ainda fiz umas partidas de andebol e de vólei durante o meu percurso académico. À medida que a minha vida profissional progredia, fui perdendo a disponibilidade e até tenho um bocadinho de vergonha de dizer que a certa altura o único exercício que fazia era sentado no sofá a passar as páginas dos jornais.
Ter feito desporto durante toda a minha juventude e durante uma grande parte da minha vida adulta resultaram numa forma física admirável - eu, pelo menos, não me posso queixar. Contudo, sentia que tinha ainda, à vontade, para fazer mais e isso estava a causar-me ansiedade. Apesar de não parecer, com a minha idade já não posso fazer qualquer exercício, e não sou apreciador de ginásios. Para mim não há como o ar livre e, se possível na natureza e felizmente aqui na zona não faltam parques e matas para explorar.
Agora com os netos, arranjei a companhia ideal para dar grandes passeios e perder-me no meio das árvores e dos arbustos. Os miúdos têm quase tanta energia como o avô, por isso os pais agradecem o descanso, e eu aproveito cada minuto com eles com a certeza que estas tardes só nossas serão recordações doces como os gelados que comemos depois do passeio.